segunda-feira, 27 de junho de 2011

FÓRUM DE DISCUSSÃO





Depois de várias discussões, entre uma aula e outra, a respeito dos caminhos que o blog deveria seguir, os posicionamentos inerentes às mensagens postadas e de todo o material coletado para exposição, resolvemos (até porque a metodologia do trabalho exige) formalizar e compartilhar com todos os amigos e visitantes desta página uma parte dessa discussão e o relacionamento que cada um teve com esta ferramenta (proposta pela professora Aluiza) para que pudéssemos, publicamente, expor nossos trabalhos e esforços.


Tamara Maia Moreira: Eu sei que nosso tema é Sociolingüística e Ensino, mas uma dúvida que eu tenho: de onde surgiu esse nome SOCIOLINGUINSTICOENSIDAMENTE, Teófilo?

Teófilo Leite Beviláqua: Eu queria chamar a atenção. O nome, por si só, já dá mostras de algo novo, por se tratar de um neologismo. Peguei os nomes envolvidos no tema do trabalho e os transformei num advérbio de modo. Se o sufixo “mente” é indicativo de modo, a tradução dessas vinte e nove letras, de trás para frente, é: um modo de ensino sociolinguístico. Mas vocês concordaram...

TM: Sim.

Mariane Pontes Frota: Sim.

TLB: E por falar em concordar, Mariane, entramos algumas vezes em impasses que pareciam indissolúveis, quando nos referíamos à introdução de uma abordagem sociolingüística no ensino da língua portuguesa. Você pode nos falar um pouco mais sobre seu ponto de vista.

MPF: Como eu já havia dito, minha posição é contrária à esta introdução. A escola tem um papel de ensinar a língua portuguesa padrão. É muito perigosa a adesão de novas maneiras de abordagem de algo que já está estabelecido. Na vida prática, as pessoas são cobradas pela língua padrão.

TMM: E como negar que há existência de variantes?

MPF: Não estou negando a existência de variantes. É claro que elas existem e fazem parte do cotidiano, mas o que estou querendo dizer é que para se ensinar uma língua, é necessário que este ensino seja feito por um sistema já estabelecido, que é a gramática, e só ela como instrumento centralizador dos conceitos a serem assimilados pelos alunos.

TLB: Mariane, como você sabe, eu me oponho às suas considerações, mas devo respeitá-las. Como você sabe, e isso eu expus em meu artigo de opinião, é uma desumanidade ditar a milhões de pessoas a “arte do bem falar e escrever”.

MPF: Acho um exagero de sua parte dizer que é uma desumanidade.

TLB: Pode ser, mas quando me refiro à desumanidade, tento apenas dizer que toda forma de imposição é desumana. Acho que a gramática pode e deve continuar a ser exercida nas escolas, mas a condução do ensino da língua não pode privar as pessoas do reconhecimento do que elas mesmas são, de sua identidade linguística, alijada até hoje, por uma espécie de necessidade de manutenção do preconceito.

TMM: Eu concordo com os dois.

MPF: Como assim?

TMM: Creio que haja sensatez em ambos. O Teófilo é um pouco mais radical em seus posicionamentos e você, Mariane, não perde a razão em colocar a vida prática como parâmetro para argumentar assim. O que não se pode esquecer é que existe o preconceito. Enquanto, cada vez mais, criam-se maneiras de banir, corretamente, várias formas de preconceito, contra a orientação sexual, contra as religiões, e contra a “raça” das pessoas, ainda não se discutiu uma forma de eliminar, por lei, o preconceito linguístico, que é tão cruel e violento quanto esses que eu disse. Por outro lado, não sei em que medida a escola conteria essa maneira de diminuir as pessoas. Esse é mesmo o papel da escola? Tenho dúvidas quanto ao papel da escola, se caberia ao espaço escolar algo que discutisse ou, como propõe o livro “Por uma vida Melhor”, ensinasse algo dessa natureza. Acho que deveria haver uma mescla das duas posições, mas não sei quando isso iria se realizar de fato.

TLB: É que a escola, teoricamente, ao meu ver, forma, induz o sujeito a ter uma visão de mundo, mesmo que primária ou superficialmente cidadã. Não haveria outro espaço para que um cidadão, e o livro “Por uma Vida Melhor” é para Jovens e Adultos, tomasse conhecimento disso. Se dependesse da televisão...E sobre o blog, Tamara? Você gostou de trabalhar assim?

TMM: Adorei. É uma forma inovadora de tornar pública as nossas discussões acadêmicas, da Uece. E você Mariane?

MPF: Eu achei que soubemos abordar de uma maneira criativa e de fácil absorção sobre um assunto tão pouco conhecido popularmente, que é a sociolingüística. E que, de certa maneira, aprendemos ensinando através do trabalho.

TLB: Apesar das visões opostas, o que é democraticamente possível e preciso, que fizemos um trabalho, na medida do possível, que revelasse as duas faces da moeda e vinculamos as possibilidades ou não do entrelaçamento da sociolingüística e do ensino. Gosto dos vídeos e o material que disponibilizamos, de trabalhos publicados, dá um grande amparo teórico para toda a discussão, embora a participação de nossos leitores tenha sido tímida, porque acho que o assunto não é, para os que estão de fora das discussões, mais diretamente, confortável para opinar.

TMM: Eu adorei o artigo do Ataliba T. de Castilho: “SERIA A LÍNGUA FALADA MAIS POBRE QUE A LÍNGUA ESCRITA?”, tanto que o resenhei.

TLB: Eu que sou da ala dos radicais sociolinguístas, quero ler tudo do Marcos Bagno. O livro “Preconceito Linguístico” é muito, muito legal. Inclusive ele tem um site marcosbagno.com.br.

MPF: Eu, seguindo minha linha de raciocínio, achei o Preconceito Linguístico. Eu acho um ótimo livro, bem cômico, principalmente quando Bagno crítica os defensores intransigentes da língua,que para mim não são nada disso.


TLB: Mariane e Tamara, NÓS PODE publicar já?

MPF: Ui....

TMM: Podemos sim...


Muito obrigado a todos pelas visitas!!!!

Um comentário:

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